Se não há virtude sem mortificação, ainda menos haverá amor de Deus.
A renúncia a si mesmo é a condição essencial, fundamental para amar a Deus.
Vamos ao Amor Divino pela pureza do sacrifício do coração e da vontade; progredimos nesse santo Amor pela suave abnegação da vida e pela dependência contínua à sua Vontade sempre amável.
Nosso Senhor quer reinar em vós, por esse jugo contínuo da renúncia e quer que a piedade, as virtudes, o amor, revistam em vós esse caráter universal. Bendizei-lhe por esse caminho, caminho rico, que abrevia a marcha do deserto e oferece menos perigos. Deus é e deve ser para vós o sol de cada dia. Todos os dias levanta-se para vós, embora nem sempre do mesmo modo. Deveis amar sempre esse Sol divino de justiça e de amor, quer surja radiante, quer apareça velado por entre os ardores do verão, ou sujeito às influências dos gelos inventais. É sempre o mesmo Sol.
Tratai, por conseguinte, de não viver de esmolas de pessoas, de superiores, de livros, de imagens, nem mesmo de belos cânticos. Tudo isso é tão pobre em si, e se esgota rapidamente; mas vivei de Nosso Senhor, em Nosso Senhor, e por Nosso Senhor: “Quem permanece em mim e eu nele, fará grandes coisas”, disse ele.
Permanecei, pois, em Nosso Senhor. Mas como? -Perguntais. Deixando-vos a vós mesmo.
Amai ternamente o divino Mestre e sofrei por amor a ele. Labutai nessa abnegação heroica da vontade, crente de que tudo quanto é feito com suave abnegação é infinitamente mais agradável a Deus do que qualquer outra ação, aparentemente mais perfeita.
Fonte: “A Divina Eucaristia” – São Pedro Julião Eymard