O PURGATÓRIO - ENTREVISTA COM MARIA SIMMA - PARTE3

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O PURGATÓRIO - ENTREVISTA COM MARIA SIMMA - PARTE3

(Continuação...) PARTE 3 - ENTREVISTA COM MARIA SIMMA DE SONNTAG

QUE COISA É O PURGATÓRIO



Sobre este ponto nos fazemos uma pergunta, a pergunta fundamental: Que coisa é exatamente o purgatório? 

Maria Simma de Sonntag

Posso dizer que é uma invenção genial da parte de Deus. E aqui eu queria propor-vos uma imagem que vem a mim.
Suponhamos que um dia se abra uma porta e que apareça um ser extraordinariamente belo, de uma beleza tal que não haveis jamais visto sobre a terra. Ficaríeis fascinados, atônitos por esse ser de luz e de beleza, tanto mais que Ele demonstra ser totalmente enamorado de vós (coisa que não haveis mais imaginado); Lembrai-vos, também, que Ele tem um grande desejo de atrair-vos a si, de abraçar-vos; e o fogo do amor que queima já no vosso coração vos faz certamente precipitar-vos entre os seus braços. Mas eis que vos dai conta, neste momento, que não sois lavados há meses, que tendes um mal cheiro, que vos sentis horrivelmente feios; tendes os cabelos em desalinho, horríveis manchas sobre os vossos vestidos etc ... etc... Então vós mesmos direis: “Não, não é possível que eu me apresente neste estado! É preciso que eu primeiro vá me lavar, tome um banho e depois tornarei a vê-lo! ... “.

Mas eis que o amor que nasceu nos vossos corações é tão intenso, tão forte, tão ardente, que essa demora devido ao banho é absolutamente insuportável, e a mesma essência da dor, também dura só por poucos minutos, é um ardor atroz no coração. E certamente esse ardor é proporcional à intensidade da revelação do amor: é uma chama de amor...

O purgatório é exatamente isto. É um retardamento imposto às nossas, imperfeições, uma demora antes do abraço de Deus, uma chama de amor que faz sofrer terrivelmente; uma espera, uma nostalgia de Deus e do seu amor. É precisamente esta chama de amor que queima e purifica tudo aquilo que é impuro em nós. Ousaria dizer que o purgatório é um lugar de desejo, desejo de Deus. Na prática o purgatório é uma grande crise, uma crise que nasce da falta de Deus.

Mas sobre isto eu pedi a Maria para ser precisa neste ponto fundamental:

Ir. Emmanuel: Maria, as almas do purgatório experimentam alegria e esperança em meio aos seus sofrimentos?

Maria: Sim, nenhuma alma quer voltar do purgatório para a terra, porque essas já têm o conhecimento de Deus infinitamente superior ao nosso e não querem mais retornar às trevas deste mundo.

Eis, então, a grande diferença entre o sofrimento do purgatório e o da terra: no purgatório, também, se a dor da alma é terrível, a certeza que se tem de viver com Deus é assim tão forte e incontrolável que a alegria desta certeza ultrapassa a dor; e por nada no mundo aquelas almas desejam tornar a viver sobre a terra onde, no fim das contas não se tem mais segurança de nada.

Ir. Emmanuel: Maria, agora tu poderias nos dizer se é Deus quem manda uma alma ao purgatório ou se, ao invés, são elas mesmas que decidem ir para lá?

Maria: São elas mesmas que decidem ir para purgatório para se purificarem antes de entrar no paraíso.

Mas aqui é preciso dizer que as almas que se encontram no purgatório aderem perfeitamente a vontade de Deus; por exemplo; se compadecem e desejam o nosso bem; sentem muito amor por Deus e por nós, que ainda estamos sobre a terra. Estas almas estão perfeitamente unidas ao Espírito de Deus, ou se desejam a luz de Deus.

Ir. Emmanuel: Maria, no momento da morte se vê Deus em plena luz ou de maneira confusa?

Maria: Ainda de uma maneira confusa, mas mesmo assim é com tanta clareza que basta certamente para sentir saudades de Deus.

Certo, é uma luz resplandecente, em confronto com as trevas deste mundo; mas é no purgatório, onde a alma tem a luz do conhecimento do céu. Do resto, a tal respeito, podemos fazer uma reflexão com a experiência de que se fala o livro – A vida, outra vida: para muitas daquelas pessoas que, de um estado de pré-morte (pré-coma, ataque cardíaco e outros), viram qualquer coisa do outro lado, e ficaram fascinados por aquela luz, era uma verdadeira agonia retornar à comum existência sobre a terra, depois daquela experiência.



NOSSA SENHORA E O PURGATÓRIO

Ir. Emmanuel: Maria, podes nos dizer qual o papel de Nossa Senhora com respeito às almas do purgatório?

Maria: Sim, Ela vem, muitas vezes, consolar as almas, dizendo que elas fizeram bem tantas coisas e as encoraja.

Ir. Emmanuel: Existem dias particulares nos quais Nossa Senhora liberta essas almas?

Maria: Sim, sobretudo nos dias de Natal, dia de Todos os Santos, às sextas-feiras santas e também na festa da Assunção e da Ascensão de Jesus.



PORQUE O PURGATÓRIO

Ir. Emmanuel: Maria, por que se vai ao purgatório? Quais são os pecados que fazem com que as almas vão para lá com mais freqüência?

Maria: São os pecados contra a caridade, contra o amor ao próximo, a dureza de coração, a hostilidade, a calúnia, sim, todas essas coisas... porém, a maledicência e a calúnia são as mais graves, que necessitam de uma longa purificação.

Maria, a tal propósito, nos conta um exemplo que lhe tocou muito, e é um testemunho que vos quero recontar. Trata-se de um homem e de uma mulher dos quais a família havia pedido informações, se estavam no purgatório.

Para grande alegria daqueles que haviam pedido, a mulher já estava no paraíso e o homem no purgatório. Mas, na realidade, aquela mulher morrera depois de haver feito um aborto, e o homem andava muito na Igreja e levava uma vida com aparência digna e piedosa. Os dois morreram coincidentemente, contemporaneamente, porém, a mulher havia se arrependido sinceramente de tudo o que havia feito, ela fora muito humilde e o homem, ao contrário, mesmo sendo muito religioso, criticava tudo e todos, estava sempre a lamentar-se , e a falar mal das pessoas e criticá-las. Eis porque o seu purgatório foi muito longo. Por isso eu concluí: “não devemos julgar segundo as aparências”. Outros pecados contra a caridade são certamente todas as nossas repulsas por certas pessoas que não amamos, nossa resistência em fazer as pazes, a falta de perdão e todos os rancores que guardamos no coração. 

Maria nos revelou um testemunho que nos faz refletir. É a história de uma pessoa que ela conhecia muito bem. Esta pessoa morreu. Era uma mulher e se encontrava no purgatório mais terrível, com sofrimentos verdadeiramente terríveis. E quando esta veio a Maria Simma, Maria lhe perguntou o porquê; e esta alma lhe disse: “foi porque eu tive uma amiga, sim, uma amiga com a qual tinha uma inimizade muito grande; e esta inimizade foi causada por ela mesma e ela conservou este rancor por anos e anos; e quando a sua amiga vinha pedir para fazer as pazes com ela, reconciliar-se, todas as vezes ela negou; e quando caiu gravemente doente, continuou com o coração fechado, negando reconciliar-se com a sua amiga; e no leito da morte aquela sua amiga veio suplicar-lhe para fazer as pazes, mas também sobre o leito da morte ela havia negado. E eis o motivo por que agora se encontrava no purgatório extremamente doloroso e por isto veio a pedir ajuda a Maria Simma. Este testemunho é muito significativo sobre a gravidade de guardar rancor. Devemos guardar as palavras, não criticar, não dizer palavras malévolas que podem verdadeiramente matar, ao contrário de uma palavra boa que pode curar.



COMO EVITAR O PURGATÓRIO

Ir. Emmanuel: Maria, pode-nos dizer quais são aquelas que têm maior possibilidade de ir ao paraíso?

Maria: São aquelas que têm o coração bom. Um coração bom para com todos. A caridade cobre uma multidão de pecados. Sim, é São Paulo quem nos diz.

Ir. Emmanuela: E quais são os meios que nós podemos ter aqui na terra para evitar o purgatório e ir diretamente ao céu?

Maria: Devemos fazer muito pelas almas do purgatório, porque são essas que nos ajudam sempre. É preciso ter muita humildade. É esta a maior arma contra o malígno. A humildade elimina o mal.

Sobre este ponto não resisto ao desejo de contar-lhes um belíssimo testemunho do Padre Berlioux (que escreveu um maravilhoso livro sobre as almas do purgatório); e ele nos fala da ajuda oferecida por essas almas àqueles que as ajudam com suas orações e sacrifícios; ”uma pessoa particularmente amiga das almas do purgatório havia consagrado a própria vida em sufrágio das mesmas, e chegando a hora da morte, ela foi assaltada com furor pelo demônio e esse queria fazer-lhe medo. Era como se todo o inferno estivesse encolerizado contra ela e a circundasse com a sua corte infernal. Essa pobre alma lutava há muito tempo com um esforço muito penoso, querendo livrar-se da presença do maligno, quando, de repente viu entrar em seu apartamento uma multidão de pessoas desconhecidas, mas resplandecentes de beleza, colocando em fuga o demônio e chegando vizinho ao seu leito, lhe disseram palavras de encorajamento e de consolo todo celestial. Emitindo um profundo suspiro e plena de alegria, gritou: quem são vocês que estão me fazendo tanto bem? E aqueles bons visitantes responderam: - nós somos habitantes do céu que com a tua ajuda fomos conduzidos às bem-aventuranças, e por gratidão e reconhecimento viemos te ajudar a desapegar-te desse lugar de angústia e te introduzir na alegria da Cidade Santa. Com estas palavras, um sorriso resplandeceu no rosto da moribunda. Os seus olhos se fecharam e ela adormeceu na paz do Senhor. A sua alma, pura como uma pomba, apresentou-se ao Senhor dos senhores, encontrou tantos protetores e advogados que ela havia libertado com suas orações e sacrifícios. No céu, entrou triunfante entre aplausos e bênçãos de todos aqueles a quem havia libertado do purgatório. Possamos nós um dia termos esta graça! Sabemos agora que estas almas libertadas do purgatório através de nossa oração são extremamente reconhecidas e gratas. Eu vos aconselho vivamente a fazerem esta experiência e estes vos ajudarão, pois conhecem os nossos desejos e nos obtêm muitas graças.

Ir. Emmanuel: Agora, Maria, lembro-me do bom ladrão, justo aquele que estava junto a Jesus na cruz, e gostaria muito de saber que coisa fez ele para que Jesus lhe prometesse que naquele mesmo dia estaria com ele no paraíso?

Maria: Ele aceitou humildemente o seu sofrimento dizendo que era justo e encorajou o outro ladrão a aceitar também. Ele tinha o temor a Deus, isto é, tinha humildade.

Um outro belo exemplo contado por Maria Simma demonstra como um gesto de bondade pode resgatar, em pouquíssimo tempo uma vida de pecado.

Escutemos as próprias palavras de Maria: 

" Sim, conheci um jovem que tinha vinte anos. Habitava um lugarejo vizinho ao meu. Este lugar foi duramente castigado por avalanches que mataram um grande número de pessoas. Uma tarde quando esse jovem se encontrava na casa de seus pais, aconteceu que, inesperadamente, veio um desabamento terrível vizinho à sua casa. Ele ouvindo gritos de desespero e terror que clamavam por socorro e ajuda, ele se levantou e foi prestar ajuda àquelas pessoas. Mas eis que sua mãe, que ouvira também os gritos, quis impedi-lo de passar. E fechando a porta da casa, disse: “Não! Os outros irão socorrê-los, não nós! É muito perigoso aí fora. Não quero que seja um morto a mais”. Mas o jovem, comovido pelos gritos daquela gente e querendo socorrê-los, disse à sua mãe: “sim, eu vou! Não quero deixá-los morrer assim!” E saiu. Mas eis que ele também, ao sair, foi soterrado pela avalanche e morreu. Dois dias depois de sua morte, ele veio visitar-me durante a noite e disse-me: “Manda celebrar três missas por mim e serei libertado do purgatório.” Alguns de seus amigos disseram que não queriam ser ele no momento da morte, pois esse jovem havia cometido muitas coisas ruins. Mas aquele jovem, em seguida, me declarou: “Eu fiz um grande ato de amor colocando em risco a minha vida por aquelas pessoas e foi graças a isso que o Senhor me acolheu assim tão depressa no céu, sim, a caridade cobre multidão de pecados”.

Neste episódio se vê como um só ato de amor desinteressado foi suficiente para purificar este jovem de uma vida vivida no pecado; e o Senhor aproveitou este momento de amor para chamá-lo a si. Maria, de fato, nos disse que se esse jovem jamais na sua vida tivesse ocasião de fazer um ato de amor assim tão forte, talvez tivesse se tornado um homem malvado. E o Senhor, na sua infinita misericórdia, o chamou a si exatamente no melhor momento, no momento mais puro por causa daquele ato de amor.

É muito importante, quando se está à beira da morte, abandonar-se à vontade do Senhor.

Maria também nos conta um caso muito belo de uma mãe de quatro filhos que estava para morrer. Em vez de se revoltar e de se inquietar, ela disse ao Senhor: “Eu aceito a morte no momento em que Tu a queiras e coloco a minha vida em Tuas mãos. Entrego-te os meus filhos e sei que Tu, Senhor, tomarás conta deles”. E Maria nos diz que pelo motivo dessa imensa confiança em Deus, aquela mulher foi diretamente ao céu sem passar pelo purgatório. Podemos dizer que o amor, a humildade, e o abandono em Deus são as três chaves de ouro que nos fazem entrar diretamente no paraíso.

A SANTA MISSA E O PURGATÓRIO

Ir. Emmanuel: Maria, pode-nos dizer quais são os meios mais eficazes para facilitar a libertação da almas do purgatório? 

Maria Simma de Sonntag
Maria: O meio mais eficaz é a Santa Missa.
Ir. Emmanuel: Por que a Missa?

Maria: Porque é o próprio Cristo que se oferece por amor a nós. É o oferecimento de Si mesmo (Cristo) a Deus, a mais bela das ofertas. O sacerdote é o representante de Deus e é Deus mesmo que se oferece e se sacrifica por nós. A eficácia da Santa Missa pelos defuntos é tão grande quanto maior foi a estima desses aqui na terra por Ela (Santa Missa). Se em vida tivermos rezado e participado das missas com todo coração e durante a semana as tivermos vivido segundo o nosso tempo disponível, essas missas trarão um grande proveito para nós quando morrermos do que as que forem celebradas. 

Também nisto se colherá aquilo que foi semeado. Digo também que uma alma do purgatório vê muito bem o dia do seu funeral, se se reza verdadeiramente por elas ou se simplesmente faz-se ato de presença para mostrar que está lá. As almas dizem que as lágrimas não servem de nada para ajudá-las. Ao contrário, serve muito a oração. Muitas vezes essas almas lamentam o fato de que as pessoas assistem ao seu sepultamento, mas não elevam uma só oração a Deus, derramam muitas lágrimas, mas é inútil.

A propósito da Missa, quero citar um belo exemplo de São Cura D’Ars aos seus paroquianos. Ele nos contou: “Meus filhos, um bom Padre havia perdido um grande amigo que lhe era muito querido, por isso ele rezou muito pela paz desta alma. Um certo dia Deus lhe fez saber que o seu amigo estava no purgatório e sofria terrivelmente. Este Santo Padre pensou que ele não poderia fazer uma coisa melhor pelo seu amigo do que oferecer o Santo sacrifício da Missa pela sua alma. No momento da consagração, pegou a hóstia entre suas mãos e disse: “Pai Santo e eterno, faço uma troca: Vós tendes a alma do meu amigo que está no purgatório e eu tenho o corpo do Vosso Filho que está em minhas mãos. Bem, Pai bom e maravilhoso, libertai a alma do meu amigo e eu ofereço Vosso Filho com todos os méritos da sua paixão e morte”. Esse pedido foi escutado. De fato, no momento da elevação, ele viu a alma do seu amigo subir ao céu resplandecente de glória. Deus havia escutado a troca. Pois bem, meus filhos, concluiu São Cura D’Ars: quando quisermos libertar os nossos entes queridos do purgatório, façamos a mesma coisa. Ofereçamos ao Pai por meio do Santo sacrifício da Santa Missa, o seu Filho dileto, com todos os méritos da sua paixão e morte, assim Ele não poderá negar nada. Outro meio muito eficaz para ajudar as almas do purgatório são as ofertas do nosso sofrimento, das nossas penitências, e os sofrimentos voluntários, como exemplo: o jejum, as privações etc ... e, naturalmente, os sofrimentos involuntários como as doenças, o luto, o abandono..

O SOFRIMENTO E O PURGATÓRIO

Ir. Emmanuel: Maria, tu foste convidada diversas vezes a sofrer pelas almas do purgatório para libertá-las. Pode nos dizer que coisas provaste e viveste naquele momento?

Maria: A primeira vez que uma alma ( de uma mulher) me perguntou se eu queria sofrer por três horas por ela, eu disse para mim mesma: “se é só por três horas vou aceitar”. Mas aquelas três horas me pareciam que duravam três dias, os sofrimentos eram terríveis. Mas no final olhei para o relógio e vi que haviam passado somente três horas. Esta alma depois me disse que por eu ter aceitado sofrer por três horas, ela havia sido poupada de passar mais vinte anos de purgatório.

Ir. Emmanuel: Mas como sofrendo só três horas por esta alma reparaste vinte anos de purgatório?

Maria: O sofrimento sobre a terra não tem o mesmo valor. Quando se sofre sobre a terra podemos crescer no amor a Deus e podemos conquistar méritos. Isto não é o caso do sofrimento do purgatório, que serve somente para purificar os pecados. Sobre a terra temos todas as graças, temos a liberdade de escolher.

Tudo isso é muito encorajador, porque pode dar um significado extraordinário aos nossos sofrimentos, enquanto que todos os sofrimentos oferecidos voluntariamente ou involuntariamente, todos os sacrifícios, também os mais pequenos que podemos fazer, as doenças, o luto, as desilusões, as amarguras da vida, todos esses sofrimentos se os vivermos com paciência, se aceitamos com humildade, pode ser uma potência incrível de ajuda para as almas. A coisa mais importante a fazer é unir os nossos sofrimentos aos de Jesus e depositá-los nas mãos da Virgem Maria, pois Ela saberá como utilizar melhor, do melhor modo, porque nós mesmos não conhecemos as necessidades mais urgentes que estão em torno de nós. Por tudo isso que fazemos pelas almas, Maria Santíssima, nossa boa Mãe, saberá nos recompensar na hora da nossa morte. Um outro meio muito eficaz para libertar as almas do purgatório é a Via Sacra, contemplando os sofrimentos de Jesus. Começamos pouco a pouco a odiar o pecado e a desejar a salvação de todos os homens, e esta disposição do coração dá às almas um grande alívio. A oração da Via Sacra suscita, também, o arrependimento das nossas culpas. Outra ajuda muito importante para as almas do purgatório é recitar o rosário, o próprio rosário dos defuntos. Por meio do rosário, numerosas almas são libertadas todos os anos do purgatório. E aqui é preciso dizer que também é a própria Mãe de Deus que vem sempre ao purgatório para libertar as almas, e é por isso que as almas do purgatório chamam a Virgem Maria “Mãe da Misericórdia”. Isto é muito belo. As almas dizem que também as Indulgências têm um grande valor, seja para libertação delas, seja para nós, e talvez seja uma verdadeiramente crueldade não aproveitar esses tesouros que a Igreja nos propõe em favor das almas do purgatório. Olhando para estas Indulgências seria preciso longo tempo para explicar tudo aqui, mas eu vos aconselho a ler o maravilhoso escrito de Paulo VI, de 1968, sobre este assunto. Certamente podemos dizer que um meio muito eficaz para as almas do purgatório é a oração em geral, todas as formas de oração. Também aqui tenho um outro testemunho para contar-lhes. É o testemunho de Hermann Cohen, que era um artista hebreu convertido que sempre teve uma verdadeira veneração pela Eucaristia. Em 1864, depois da sua conversão ao catolicismo, deixou o mundo e entrou em uma ordem religiosa muito austera. Adorava ardentemente o Santíssimo Sacramento, pelo qual nutria uma profunda veneração. Durante a sua adoração, rezava e suplicava ao Senhor para converter sua mãe, porque ele a amava muito. Mas eis que sua mãe morre repentinamente sem ser convertida, então Hermann, cheio de dor, se prostra diante do Santíssimo Sacramento chorando muito porém rezava dizendo: “Senhor, eu Vos devo tudo, é verdade, mas que coisa Vos deixei faltar ou Vos neguei? A minha juventude, a minha esperança no mundo, o bem estar, a alegria na família, um repouso talvez meritório, tudo eu sacrifiquei no momento em que Vós me chamastes. Também o meu sangue teria Vos dado, e Vós, Senhor, na Vossa eterna bondade nos prometeu de deixar as cem ovelhas por uma, Vós esquecestes a alma de minha mãe... meu Deus, meu Deus, eu sucumbo a este martírio”. Um gemido elevou-se de sua boca que sufocava o seu pobre coração. De repente, inesperadamente , uma voz misteriosa fala ao seu ouvido: “homem de pouca fé, tua mãe está salva! Saiba que toda oração tem um grande poder junto de Mim. Eu acolhi todas as orações que Me fizestes e oferecestes por tua mãe, e a minha providência levou em conta na sua última hora. No momento em que ela expirou, Eu Me apresentei diante dela e quando ela Me viu, gritou: “Meu Senhor e meu Deus!” Tenhas coragem, meu filho, tua mãe não foi condenada e as tuas súplicas fervorosas a libertarão logo da prisão do purgatório. Logo depois o Reverendíssimo Padre Hermann teve uma outra revelação de que sua mãe já havia subido ao céu. Também eu vos sugiro a oração de Santa Brígida, que é bastante recomendada pelas almas do purgatório. Gostaria de dizer-vos ainda mais, que as almas que estão no purgatório não podem fazer mais nada por si mesmas. São totalmente impotentes e se os vivos não rezarem por elas, ficarão no completo abandono. Eis porque é preciso utilizar o poder imenso, incrível, que todos nós temos nas próprias mãos para ajudar e libertar as almas que sofrem.

Se em nossa presença uma criança caísse de uma árvore e sofresse uma horrível fratura será que algum de nós não pensaríamos em socorrê-la?

Certamente se faria de tudo por ela.

Do mesmo modo, devemos colocar no nosso coração estas almas que esperam de nós alguma ajuda, e que são aliviadas por causa dos nossos sofrimentos e das nossas orações. Esta talvez seja a maneira mais bela de exercitar a caridade.

Eu penso, por exemplo, no bom samaritano do evangelho diante do homem que estava quase morrendo na estrada. Sem dúvida, estava ensangüentado. Pois bem, este homem dependia completamente do bom coração de um transeunte.

A PAIXÃO DE JESUS E O PURGATÓRIO

Um outro meio muito eficaz, nos dizia Maria é a via crucis. Contemplando os sofrimentos de Jesus, começamos, pouco a pouco a odiar o pecado e a desejar a salvação de todos os homens; e esta disposição do coração dá um grande alívio às almas do Purgatório. A via crucis suscita também o arrependimento das nossas culpas.

Outra ajuda muito recomendada pelas almas do Purgatório, é o Santo Rosário, o Rosário para os defuntos. Por meio do Rosário numerosas almas são libertas do Purgatório. E aqui é preciso dizer também que é a mãe de Deus que vem ao Purgatório para libertar as almas, e por isto que as almas do Purgatório chamam-na de " Mãe de Misericórdia ". Isto é muito lindo.

As almas disseram à Maria Simma que também as indulgências têm um valor inestimável, seja para libertação delas como para nós, e muitas vezes é uma verdadeira crueldade não tirar proveito deste tesouro que a Igreja nos propõe em favor das almas. Ao que diz respeito à estas indulgências, falaremos no último capítulo deste livro.

Certamente se pode dizer que um meio muito eficaz para as almas do Purgatório, são as orações de um modo geral, todas as formas de oração.

E aqui quero vos contar o testemunho de Hermann Cohen, que era um artista hebreu convertido, e que tinha muita veneração pela Eucaristia. No ano de 1864, depois da conversão ao catolicismo, ele havia deixado o mundo e entrara em uma ordem religiosa muito austera. Adorava ardentemente o Santíssimo Sacramento, pelo qual nutria uma profunda veneração.

Durante a sua adoração, rezava e suplicava o Senhor para converter sua mãe, porque ele a amava muito.

Mas eis que sua mãe morreu sem se converter. Então Hermann cheio de dor, se prostrou diante do SS. Sacramento e chorando muito rezou assim: "Senhor, eu te devo tudo, é verdade, mas que coisa te neguei? A minha juventude, a minha esperança no mundo, o bem estar, a alegria da família, talvez até um repouso merecido, tudo eu sacrifiquei desde o momento em que tu me chamastes. Também o sangue te havia dado; e Tu, Senhor, Tu que és a eterna bondade, que prometestes de dar o cêntuplo, Tu rejeitas a alma da minha mãe... Meu Deus, eu sucumbo à este martírio!...".

Um gemido se elevou de sua boca; os soluços sufocava o seu próprio coração. Imprevistamente uma voz misteriosa falou ao seu ouvido: "homem de pouca fé, tua mãe está salva! Sabeis que a oração tem todo o poder junto de mim. Eu acolhi tudo aquilo tu me ofertastes pela tua mãe, e a minha providência levou tudo em conta na sua última hora. No momento em que ela suspirou me apresentei à ela e quando ela me viu gritou: " Meu Senhor e meu Deus!". Tenha coragem, tua mãe não se condenou, e as tuas súplicas fervorosas libertará a sua alma da prisão do Purgatório ".

Agora sabemos que o reverendo Padre Cohen, pouco tempo depois, teve uma Segunda revelação que sua mãe havia ido para o céu.

Esta de Hermann Cohen é na verdade um belo testemunho.

Sugiro também a oração de Santa Brígida, que são recomendadas pelas almas do Purgatório. Estas orações se encontram facilmente nas livrarias religiosas, mas são também encontradas por inteiro no livro "Rezem, Rezem, Rezem", da Editora Shalom, pág. 412 a 421.

Aqui acrescento uma precisão importante. As almas do Purgatório não podem fazer nada por elas mesmas. São totalmente impotentes, e se os vivos não rezarem por elas, ficarão em completo abandono.

Eis porque é importante utilizar o imenso poder, incrível que todos nós temos nas próprias mãos para ajudar a libertar as almas que sofrem.

Se, em nossa presença uma criança caísse de uma árvore e ficasse horrivelmente fraturada, será que nós não pensaríamos em socorrê-la? Certamente se faria de tudo por ela.

Do mesmo modo, devemos colocar no coração essas almas que esperam de nós toda ajuda, e que estão à espera das nossas ofertas e das nossas orações para ter um alívio de seus sofrimentos. Esta talvez é a maneira mais bela de exercitar a caridade.

Eu penso, por exemplo o bom samaritano do Evangelho, diante do homem que estava quase morto à beira da estrada, onde, sem dúvidas estava ensangüentado. Com certeza aquele homem dependia completamente do bom coração de um transeunte.

(Continua...Parte 4)