O PURGATÓRIO - ENTREVISTA COM MARIA SIMMA- Parte 5

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O PURGATÓRIO - ENTREVISTA COM MARIA SIMMA- Parte 5

Parte 5 - REENCARNAÇÀO, ATEÍSMO, SUICÍDIO, DROGAS...



Ir. Emmanuel: Outra pergunta: tu sabe que muita gente hoje, acredita na reencarnação. Que dizem as almas à este respeito?
Maria Simma de Sonntag

Maria: As almas dizem que Deus nos dá uma só vida.

Ir. Emmanuel: Alguns sustentam que uma só vida não é suficiente para conhecer Deus e para ter tempo de converter-se. Que coisa dizes para esses que pensam assim?

Maria: Todas as almas têm uma fé interior, mesmo as não praticantes, essas também têm o conhecimento de Deus. Não existe nenhuma que não creia totalmente. Todos os homens têm uma consciência para conhecer o bem e o mal, uma consciência interior, certamente de graus diversos, de distinguir o bem do mal. Com tal consciência, cada ser humano pode chegar às bem-aventuranças.

Ir. Emmanuel: Maria, que coisas acontecem às pessoas que se suicidam? Fostes já visitada por algumas destas almas?

Maria: As almas que vêm a mim são almas do purgatório. Portanto, até hoje não encontrei nenhum caso de um suicida ter se perdido. Isto não significa que não exista. Mas algumas almas me dizem que os mais culpados são aqueles que lhes são próximos, porque foram negligentes e difundiram calúnias.

Sobre este ponto perguntei à Maria se as almas se arrependem de terem se suicidado, e Maria me respondeu que sim, mas disse que muitas vezes os suicidas são pessoas doentes. É comum que as almas se arrependam, porque apenas vendo as coisas na luz de Deus, compreendem, em um só instante, todas as graças que ainda estavam reservadas para eles durante o tempo que tinham de vida; vendo todo este tempo restante (meses ou anos), e todas as almas que poderiam ter ajudado, oferecendo o resto de suas vidas a Deus, esta é a mais dolorosa dor: ver o bem que poderiam ter feito e não o fizeram por haverem abreviado suas vidas. Mas, se a causa é uma doença, o Senhor certamente levará em conta. 

Ir. Emmanuel: Maria, tu foste visitada por pessoas que se destruíram com as drogas com uma overdose?

Maria: Sim, não se perderam, mas devem sofrer no purgatório.

Ir. Emmanuel: Maria, existem pessoas que dizem: “Eu sofro muito no meu corpo, no meu coração, é muito duro para mim. Eu quero morrer”... que posso fazer?

Maria: Sim, isto acontece demais, porém, poderiam dizer: “Meu Deus, eu ofereço este sofrimento pela salvação das almas”. Porém, muitas vezes, falta-lhes a fé e a coragem, e principalmente hoje, pois poucos pensam assim. Podemos dizer a essas pessoas que não sabem oferecer os seus sofrimentos, que a alma que sofre com paciência, resignação e oferece a Deus as suas cruzes, será bem-aventurada e terá uma grande felicidade no céu. E no céu existem milhares de bem-aventuranças, mas em todas elas existe uma felicidade perfeita, cada desejo lá em cima é totalmente apagado e, em verdade, cada um é consciente de que não poderia desejar mais do que mereceu.



RELIGIÕES NÃO CRISTÃS



Ir. Emmanuel: Maria, queria te perguntar se as almas de pessoas de outras religiões, por exemplo, já vieram te visitar?

Maria: Sim, e estão na felicidade. Aqueles que vivem bem a sua fé estão na paz, porém, é na fé católica que mais almas ganham o céu.

Ir. Emmanuel: Há religiões que são ruins para as almas?

Maria: Não, mas existem tantas religiões sobre a terra! As mais vizinhas da fé católica são as ortodoxas e as protestantes. Existem muitos protestantes que recitam o rosário. As seitas são muitas e muito ruins, é preciso fazer tudo para exterminá-las.

OS CONSAGRADOS E O PURGATÓRIO 

Ir. Emmanuel: Maria, existem Padres no purgatório?

( quando fiz essa pergunta, vi Maria Simma levantar os olhos para o céu como se dissesse: Ai meu Deus!!! )

Maria: Sim, são muitos. Esses estão lá por não terem ajudado aos fiéis a terem respeito pela eucaristia. Esses Padres estão no purgatório por haverem negligenciado a oração e por isso a sua fé diminuiu, porém, é verdade que muitos foram diretamente para o céu.

Ir. Emmanuel: Bem, e o que dirias a um sacerdote que deseja viver verdadeiramente seu sacerdócio segundo o coração de Deus?

Maria: Aconselhar-lhes-ia a rezarem muito ao Espírito Santo e a rezarem o Santo Rosário todos os dias.



AS CRIANÇAS E O PURGATÓRIO



Ir. Emmanuel: Maria, existem crianças no purgatório?

Maria: Sim, mas para elas o purgatório não é muito longo nem muito penoso, porque a essas falta o pleno discernimento.

Ir. Emmanuel: Eu penso que algumas dessas crianças já vieram ao teu encontro. Tu nos contaste a história daquela menina, a menor que tu viste, era uma criança de quatro anos, mas por que ela estava no purgatório?

Maria: Por quê? Porque essa menina havia ganho de seus pais no Natal um bambolê. Ela tinha uma irmã gêmea que havia também recebido um . E eis que essa menina de quatro anos havia quebrado o seu bambolê e escondido. Sabendo que ninguém a via, colocou seu bambolê quebrado no lugar do de sua irmã e assim fez uma troca, sabendo muito bem, no seu pequeno coração, que havia causado muita dor a sua irmã, e se deu conta de que isto era um engano e uma injustiça. Por causa disso ela teve que fazer o seu purgatório.

Sim, as crianças têm uma consciência mais viva que os adultos, é preciso, sobretudo, lutar contra a mentira; porque são muito sensíveis.

Ir. Emmanuel: Maria, como podem os pais ajudar na formação da consciência dos filhos?

Maria: Antes de tudo, um bom exemplo é o mais importante, e depois, com a oração. Os pais devem abençoar os filhos e instruí-los bem nas coisas de Deus.



PECADOS CONTRA A NATUREZA

Ir. Emmanuel: Isto é muito importante! Maria, já foste visitada por almas que sobre a terra praticaram perversões na prática da sexualidade?

Maria: As almas que eu conheci (todas do purgatório) não se perderam, mas devem sofrer muito para purificar-se. Em todas as perversões está presente a obra do maligno e, de um modo particular, no homossexualismo.

Ir. Emmanuel: Que conselho tu darias a todas aquelas pessoas que são tentadas na homossexualidade, que têm essa tendência?

Maria: Diria para rezarem, rezarem muito para terem força de afastar-se desse pecado. Sobretudo rezar a São Miguel Arcanjo, porque é ele, por excelência, quem combate o maligno.

Ir. Emmanuel: Oh, sim, o Arcanjo São Miguel? Maria, e quais são as tendências do coração que podem conduzir mais almas à perdição definitiva, isto é, ao inferno?

Maria: É quando não querem ir para Deus, isto é, quando dizem decisivamente: “Eu não quero”!



QUEM VAI PARA O INFERNO?



Ir. Emmanuel: Agradeço-te por esta precisão. A este propósito, Maria, eu uma vez interroguei Vicka, uma das videntes de Mediugorie, que me dizia também que as almas que ela havia visto no inferno, foram elas que decidiram ir e não foi Deus quem as mandou, ao contrário, Deus está lá (no momento da morte) e ele sempre suplica às almas a acolher sua misericórdia. O pecado contra o Espírito Santo de que fala Jesus que não tem perdão, é exatamente o de rejeitar radicalmente a misericórdia de Deus em plena luz e em plena consciência. João Paulo II fala muito bem na sua Encíclica sobre a Misericórdia Divina, que cada um de nós com as nossas orações, podemos fazer muito pelas almas que estão para perder-se. Maria, a esse respeito, tu tens algum testemunho para nos contar?

Maria: Um dia, encontrava-me em um trem e no meu compartimento havia um homem que não parava de falar mal da Igreja, de falar contra os sacerdotes e contra Deus. Não parava de falar mal, e eu lhe disse:” Escute-me, você não tem o direito de falar tudo isso, não é bom”. Chegando a minha estação, desci do trem e no meu coração eu disse: “Oh meu Deus que esta alma não se perca”. Alguns anos depois, a alma deste homem veio visitar-me e me contou haver estado perto de condenar-se no inferno, e de ter sido salvo simplesmente por causa daquela oração que eu havia feito naquele momento.

Sim, é extraordinário ver como simplesmente um só pensamento, um sentimento do coração, uma simples oração por alguém, pode impedir que essa alma vá para o inferno. E o inferno é isto: É dizer não a Deus, porém, a nossa oração pode suscitar um ato de humildade, por menor que seja .Isto evita o inferno.

Maria: Uma alma me contou: " não havendo observado a lei de trânsito, morreu de repente em um acidente em Viena". Lhe perguntei: "estava pronta para entrar na eternidade? "

" Não estava pronta ", e acrescentou, " mas Deus dá aqueles que não pecam contra ele com insolência e presunção dois ou três minutos para arrepender-se. E só aqueles que dizem não é que se condenam".

A alma prosseguiu com seu comentário interessante e instrutivo: " quando um morre em um incidente, as pessoas dizem que era chegada a sua hora. É falso: isso só pode se dizer quando uma pessoa morre sem ser por sua culpa. Mas segundo os designos de Deus, eu poderia ter vivido ainda trinta anos: então teria transcorrido todo o tempo da minha vida". Por isso o homem não tem o direito de expor a sua vida ao perigo de morte, a não ser em caso de necessidade.

Um médico veio um dia lamentar-se que deveria sofrer por haver abreviado a vida dos pacientes com injeção ( eutanásia ) para que não sofressem mais. Disse que o sofrimento, quando é suportado com paciência, tem para a alma um valor infinito; sim, tem o dever de aliviar os grandes sofrimentos, mas não o direito de abreviar a vida com meios químicos.

Ua outra vez, veio uma mulher. E confessou-me: " eu tive que sofrer trinta anos de Purgatório, porque não deixei minha filha entrar para o convento".

Ir. Emmanuel: Maria, não é incrível alguém chegar a ponto de dizer não a Deus? E no momento da morte, quando vê Deus face a face?

Maria: É. Infelizmente isso acontece. Por exemplo, um homem me disse que não queria ir para o céu e sabe por quê? Porque segundo ele, Deus permite os injustos e a injustiça ... e eu lhe disse que quem faz isso são os homens e não Deus. Respondeu-me assim: “Espero não encontrar Deus depois da morte, porque se isso acontecer, eu lhe quebrarei a cara. Ele tinha um ódio profundo contra Deus, mas Deus deixa o homem livre, poderia impedir essa vontade, mas não, ele quer deixar sua livre escolha. Deus dá a cada um de nós durante a vida sobre a terra e na hora da morte, muitas graças para converter-se. Também, depois de uma vida vivida nas trevas, se esse pede perdão, certamente se salvará.

Ir. Emmanuel: Jesus disse que é difícil para um rico entrar no reino do céu. Tu, por acaso, já viste casos desse gênero?

Maria: Sim, eles fazem boas obras e nas obras de caridade praticam o amor e com amor, também podem chegar ao céu como os pobres.

Ir. Emmanuel: E agora, Maria, no momento presente, tu ainda recebes visita das almas do purgatório?

Maria: Sim, duas ou três vezes pela semana.

ESPIRITISMO 
Ir. Emmanuel: Queria te perguntar sobre a prática do espiritismo, por exemplo, quando se chama os espíritos dos defuntos, quando fazem girar o copo etc ...

Maria Simma de Sonntag

Maria: Não é bom! É sempre o diabo que faz mover as coisas. Oh, sim, é importante dizer! É preciso fazer as pessoas saberem; porque hoje são muitos os que aderem às práticas espíritas que aumentam cada vez mais!... 
Ir. Emmanuel: Maria, então qual é a diferença entre aquilo que tu vives com as almas do purgatório e a prática do espiritismo?

Maria: Não é lícito chamar as almas. Eu não peço a vinda delas, elas vêm só por permissão de Deus e no espiritismo, em vez disso, invocam-se os espíritos, chamam-nos mas é o próprio demônio que vem fingindo ser a alma deste ou daquele outro. Apresenta-se com falsa aparência, sem ser chamado.

Ir. Emmanuel: Tu, pessoalmente, foste enganada por falsas aparições? Por exemplo, do diabo que fingia ser alma do purgatório para falar-te?

Maria: Sim, uma vez uma alma veio encontrar-me e me disse: “Não deves acolher a alma que virá depois de mim, porque ela te pedirá muito sofrimento. Tu não poderás fazer mais daquilo que ela te pedir“. Eu fiquei perturbada e me recordei daquilo que havia me dito o meu pároco e Diretor Espiritual, ele havia dito que era preciso acolher todas as almas com generosidade e eu sou verdadeiramente habituada a obedecer as instruções do meu Diretor Espiritual. E pensei comigo: será que aquele que esteve comigo era o demônio e não a alma do purgatório? Era realmente o demônio camuflado. Disse então àquele homem: “Se tu és o demônio, vai-te!!! “De súbito soltou um forte grito e fugiu. E a alma que veio depois era verdadeiramente uma alma que tinha uma grande precisão da minha ajuda e era importante que ela viesse encontrar-me e que eu a escutasse.

Ir. Emmanuel: Quando o diabo aparece, a água benta sempre o faz fugir?

Maria: O perturba muito e logo o faz fugir.



OS BENS MAL ADQUIRIDOS



Ir. Emmanuel: Agora, Maria, tu és muito conhecida, sobretudo na Alemanha, Áustria e em toda a Europa graças às tuas conferências, aos teus livros, mas no início tu vivias totalmente no escondimento? Como é que hoje, de uma hora para outra, as pessoas aceitam que tua experiência sobrenatural era autêntica?

Maria: Oh! Foi quando as almas começaram a pedir-me para suplicar às suas famílias a fim de que restituíssem um bem adquirido ilicitamente. Estes viram que o que eu dizia era verdadeiro. Muitas vezes as almas vieram encontrar-me para dizer-me:” Vai a minha família, em tal lugar (os quais eu não conhecia) e diz ao meu filho, ao meu pai, ao meu irmão, para restituir tal propriedade, tal soma de dinheiro, tal objeto e eu serei libertada do purgatório quando estes bens forem restituídos”. E assim ficavam maravilhadas por eu conhecer tudo. Através disso fiquei conhecida.



O CARISMA DE MARIA SIMMA E A IGREJA

Ir. Emmanuel: Maria, existe um reconhecimento oficial da Igreja no que diz respeito ao carisma que tu exerces com as almas do purgatório e em todos aqueles que são tocados pelo teu apostolado?

Maria: O meu Bispo me disse que se não encontrar erros teológicos, eu devo continuar o meu ministério e também o meu pároco, que é o meu Diretor Espiritual, confirma a mesma coisa.

Ir. Emmanuel: Maria, eu quero te fazer uma pergunta que pode te parecer indiscreta. Tu já fizeste tanto pelas almas do purgatório que, seguramente, quando tu morreres a tua volta estarão milhares de almas e te farão escolta até o céu. Tu certamente não deverás passar pelo purgatório, imagino. Não é assim?

Maria: Oh, não creio que irei diretamente ao céu, sem purgatório! Porque eu tive mais luz, mais conhecimento e por esse motivo minha culpa será mais grave. Mas espero igualmente que as almas me ajudem a chegar ao céu.

Ir. Emmanuel: Certamente. E tu, Maria estás contente por ter esse carisma ou para ti é uma coisa pesada e fatigante, todas essas contínuas perguntas da parte das almas?

Maria: Não, não me lamento dessas dificuldades. Porque sei que posso ser de muita ajuda para elas, e sou feliz em fazer isso.

Ir. Emmanuel: Maria, te agradeço também em nome de todos os leitores, por este belo testemunho, mas consente-me fazer outra pergunta a ti, para que possamos te conhecer melhor: Poderias nos contar, em poucas palavras, qualquer coisa sobre a tua vida?

Maria: Quando eu era criança, queria entrar para um convento e minha mãe pedia para eu esperar completar vinte anos. Não queria me casar. Minha mãe me falava muito das almas do purgatório e já na escola estas almas me ajudaram muito. Eu dizia que deveria fazer tudo por elas. Depois da escola, pensava em entrar para o convento. Entrei nas Irmãs do Coração de Jesus, mas depois me disseram que eu era muito frágil de saúde para poder ficar com elas. Realmente, quando eu era pequena, havia tido uma infecção pulmonar e uma pleurite. A superiora confirmou que eu tinha a vocação religiosa, mas me aconselhou a entrar em uma ordem mais fácil e a esperar alguns anos. Mas eu, ao contrário, queria uma ordem de clausura, e logo. Depois de três anos de tentativa a conclusão foi esta: era muito doente. E disse a mim mesma: penso que entrar para um convento não seja a vontade de Deus para mim. Eu sofria muito, moralmente, e dizia a mim mesma: o Senhor não me mostrou aquilo que Ele deseja de mim. Esta espera durou para mim até os 25 anos, isto é, até o momento em que Deus me confiou este compromisso de rezar pelas almas do purgatório. Fez-me esperar oito anos. Na minha casa havia oito filhos. Eu trabalhava na minha casa com a idade de 15 anos. Depois fui à Alemanha como doméstica e depois eu trabalhei aqui em Sontag. A partir de 25 anos, quando iniciaram as visitas das almas, eu deveria sofrer muito por elas. Agora sinto-me melhor fisicamente.



RELATÓRIO DO PADRE ESPIRITUAL AO BISPO

Li recentemente, um relatório sobre Maria Simma, enviado por Padre Alfonso Matt (Diretor espiritual da vidente), ao Bispo da sua Diocese, e tenho por útil relatar para os leitores outras breves notícias.

Maria Simma ( Segunda de oito filhos), nasceu em 5 de fevereiro de 1915 em Sontag ( Vorarberlg ) na Áustria, em uma família muito pobre.

O pai, Giuseppe Antonio ( 18 anos mais velho que sua esposa, Aloísa Rinderer ), por muitos anos ganhou a vida como guarda e depois como camponês do seu irmão.

Durante a I guerra mundial, foi carteiro, depois operário de estrada, trabalhador braçal, e depois num pensionato. Com a sua mulher e os seus oito filhos foi morar em uma velha casa que lhe fora doada por um bom velho mestre de carpintaria em seu testamento.

Por causa da grande pobreza na família, os filhos ainda jovens, tiveram que trabalhar e ganhar o pão: os rapazes como operários e as meninas como babás.

Maria Simma foi, desde jovem muito piedosa e freqüentou assiduamente o curso de instrução religiosa administrado pelo seu pároco. Depois deveria se distanciar dos seus pais para trabalhar em vários lugares.

Queria se tornar religiosa, mas como já sabemos, o Senhor tinha sobre ela outros projetos. No relatório do pároco se lê que ela " consagrou sua virgindade à Nossa Senhora e fez a consagração à Maria em favor dos defuntos"; sim, se ofereceu plenamente à Deus, fazendo-lhe voto " como alma vítima, vítima de amor e de expiação". O pároco disse em várias ocasiões, que ela se ofereceu como vítima para ajudar os defuntos, com sofrimentos voluntários, muitas vezes terríveis, e graças à esses sofrimentos, pode abreviar as penas de inumeráveis almas. Junto aos sofrimentos, ofertou à Deus contínuas orações, missas e penitências.

Desde a morte do seu pai, que aconteceu em 1947, ela mora sozinha na casa paterna e, para superar necessidades da vida, continua apesar da idade, a cultivar a sua horta. Vive assim em pobreza, sempre ajudada por pessoas caridosas. Não pede nada, faz tudo gratuitamente, e se alguém lhe deixa ofertas, envia tudo para a cúria, para celebração das Missas, para obras caritativas e sobretudo para as missões.

O pároco, no seu relatório, nos revela que as ações desenvolvidas por Maria Simma não serve somente de ajuda para si mesma e para os defuntos, como sempre fez, mas também para promover essa devoção e ajuda às almas do Purgatório e dos defuntos. Em todos os seus encontros com as pessoas, como também nas páginas do seu diário, sempre indicou com insistência, os meios de ajuda, pedido pelas almas como: Missas, Rosário, oferta dos sofrimentos, Via Crucis, obras de caridade, entre esses, sobretudo, ajuda às missões que segundo dizem as almas, são de grande importância e eficácia para os defuntos.

Nos são, pois, indicados meios menores de ajuda, que suscita surpresa e curiosidade da nossa parte, e por isso quero referi-los em parte, textualmente:

CONSELHOS DE MARIA SIMMA A TODOS

a) Conselhos gerais

Disse o seu Diretor espiritual e o seu pároco, no relatório ao Bispo, que Maria Simma havia lhe dito:

" As chamas das velas acesas ajudam as almas: primeiro porque esta atenção de amor dá à elas uma ajuda moral, pois as velas são bentas e iluminam as trevas em que elas se encontram.

Um menino de onze anos de Kaiser pediu a Maria Simma para rezar por ele. Estava no Purgatório por haver, no dias de finados apagado as velas, que estavam acesas no cemitério, e por haver roubado a cera por divertimento.

As velas bentas, têm muito valor para as almas. No dia de Nossa Senhora das Candeias, Maria Simma deveria acender duas velas por uma alma, enquanto suportava por essa, sofrimentos expiatórios".

" O aspergir água benta, diminui o sofrimento das almas. Um dia, passando, Maria Simma jogou água benta pelas intenções das almas, quando de repente, uma voz lhe disse: " um pouco mais ! ". 

" Todos os meios não ajudam as almas da mesma maneira. Se durante a vida, alguém teve pouca estima pela Santa Missa, esta não tirará muito proveito quando estiver no Purgatório. Se alguém faltou de coração durante a vida, receberá pouca ajuda. Aqueles que pecam, difamando os outros, devem expiar duramente os seus pecados. Mas aqueles que tiveram um bom coração em vida, receberão muita ajuda".

"Uma alma que havia deixado de assistir às Missas, pode pedir oito Missas para o seu alívio, porque durante a sua vida mortal, mandou celebrar oito Missas por uma alma do Purgatório".

O pároco faz referência que Maria Simma insiste muito para que se rezem para ajudar os moribundos.

"Segundo aquilo que dizem as almas do Purgatório", escreve o pároco, " muitos vão ao inferno porque se reza pouco por elas... Maria Simma, viu um dia, muitas almas suspensas, equilibrando-se entre o inferno e o Purgatório".

" As almas do Purgatório se preocupam muito por nós e pelo Reino de Deus(é sempre o pároco que escreve) . Não temos as provas de certos advertimentos que essas disseram a Maria Simma".

Aquilo que se segue ( continua o pároco) foi tirado de suas anotações:



b) Educação dos filhos



" Não serve de nada lamentar-se dos tempos que estamos atravessando. É necessário dizer aos pais, que esses são os principais responsáveis. Os pais não podem prestar um pior serviço aos filhos, que dar-lhes tudo aquilo que eles querem, dando-lhes tudo aquilo que eles desejam, simplesmente porque ficam contentes. O orgulho poderá criar raízes no coração de uma criança. E, mais tarde, quando a criança começar a ir à escola, não saberá nem sequer rezar um Pai Nosso, nem fazer o Sinal da Cruz. A respeito de Deus, muitas vezes, não sabem absolutamente nada. Os pais se desculpam dizendo que isto é trabalho para os catequistas e para os professores de religião...

Quando o ensinamento religioso não se começa desde a infância, será difícil ter religião mais tarde.

" Deveis ensinar as crianças a renunciar! Porque que hoje existe esta indiferença religiosa? Esta decadência moral? Porque as crianças não aprenderam a renunciar! Esses se tornam mais tarde, descontentes, homem sem discreção, que querem e desejam tudo. E também provoca muitos desvios sexuais, as práticas e os assassinatos por meio dos anticoncepcionais. Tudo isso clama a ira de Deus!

Quem não aprende a renunciar desde criança, se torna egoísta, sem amor, tirânico. Por este motivo, hoje, existe tanto ódio e falta de caridade. Queremos ver tempos melhores? Então comecem a educar suas crianças".

"Se peca de uma maneira assustadora contra o amor ao próximo, sobretudo com a maledicência, o engano e a calúnia. De onde se começa? No pensamento. É preciso aprender estas coisas desde a infância e tentar evitar imediatamente os pensamentos contrários à caridade. Deve-se combater logo, os pensamentos contra a caridade; e fazendo assim, não correrá o risco de julgar os outros sem caridade".



c) Dever do apostolado



"Para todo católico o apostolado é um dever. Alguns o exercita com a vocação, outros com o bom exemplo. Nós, comentamos que muitos fazem discursos contra a moral e a religião. Por que então se calam? Os bons devem defender as suas convicções e declarar-se cristãos... Todo cristão deve buscar com empenho o Reino de Deus e esforçar-se para fá-lo progredir, de outra maneira os homens não terão a abertura de reconhecer o governo da providência. A preocupação da alma não deve ser sufocada por aquela exagerada do corpo...".



Para mim é um prazer encerrar aqui esta parte. Tendo recolhido no relatório do pároco ( ao qual agradeço de coração ), podemos portanto ver também entre as páginas do diário de Maria: existe nesse uma sabedoria que não vem do mundo, mas das almas que a instrui!...

Eu vos digo, que para mim foi verdadeiramente um prazer conhecer Maria Simma, uma mulher, cuja vida foi toda doada. Cada segundo, cada hora da sua vida, tem verdadeiramente um peso de eternidade, não somente para ela mesma, mas para tantas e tantas almas, conhecidas e desconhecidas, que ela, de várias maneiras e com tanto amor, tem ajudado a libertar-se do Purgatorio

UMA PROPOSTA PARA TODOS 

Agora eu tenho uma proposta para fazer a todos aqueles que irão ler este belo livro de tão solenes e maravilhosos testemunhos. A proposta é esta: de tomarmos a decisão de nenhum de nós irmos para o purgatório. Isto é verdadeiramente possível. Nós temos tudo nas mãos

Maria Simma de Sonntag

Recordo-me de um pensamento de São João da Cruz que diz que a providência de Deus provê sempre, na vida de todo homem, a purificação necessária, a fim de que, quando chegarmos no momento da morte, possamos ir diretamente para o céu. A providência coloca nas nossas vidas bastante contrariedades, provas, sofrimentos, doenças e faz com que esses meios de purificação sejam suficientes para nos conduzir, se assim quisermos ir para lá (o Céu).

Mas por que esses meios não são tantas vezes utilizados? Porque nós nos rebelamos, não acolhemos com amor, com reconhecimento, este presente valorosíssimo que são as provas e os sofrimentos na nossa vida, e os perdemos por causa das nossas rebeliões e pela não submissão. Agora, peçamos ao Senhor, a graça de saber acolher verdadeiramente cada ocasião, a fim de que no dia da nossa morte, Jesus nos veja resplandescentes de beleza e de pureza. Certamente se nós decidirmos isto, não digo que o caminho será fácil, pois o Senhor jamais disse que seria, jamais prometeu a facilidade, mas o caminho será na paz e será um caminho de encontro a felicidade, este sim. 

O Senhor estará conosco, sobretudo se quisermos aproveitar o tempo que nos resta aqui na terra, tempo este tão precioso, durante o qual nos é agora concedido crescer no amor; e crescer no amor quer dizer crescer na glória da vida futura e na beleza que nos é destinada. Em cada instante nós podemos crescer no amor, enquanto que as almas do purgatório não podem fazer mais nada por si mesmas. Cada ato de amor que nós oferecermos ao Senhor, cada pequena renúncia, cada pequeno jejum, cada pequena privação, cada luta contra nossas tendências e contra os nossos defeitos, os pequenos perdões aos nossos inimigos, em suma, todas as pequenas coisas que possamos oferecer, será para nós, mais tarde, um ornamento, uma jóia um verdadeiro tesouro para a eternidade. Agora acolhamos cada ocasião para sermos belos como Deus deseja desde já que o sejamos.

E se víssemos, em plena luz, o esplendor das almas puras, o esplendor de uma alma que é purificada, nós choraríamos de alegria, de maravilhados, tanta é a sua beleza. Uma alma humana é qualquer coisa de esplendido, diante de Deus, e é por isto que Deus nos deseja perfeitamente puros. A nossa pureza não consiste em não havermos cometido jamais erros em nossa vida, mas em saber arrepender-nos dos que cometemos e em sermos humildes. Vejam! Isto é muito diverso. Os santos não são pessoas impecáveis, mas são aquelas que sabem levantar-se e pedir perdão cada vez que caem.

Agora, acolhamos também, nós todos, esses maravilhosos meios que o Senhor colocou em nossas mãos para ajudar as almas do purgatório, que ainda sofrem por não terem chegado até Deus. Não esqueçamos que a oração das crianças tem um poder imenso no coração de Deus. Ensinemos as crianças a rezarem. Lembro-me de uma criança da qual haviam falado as almas. No final, haviam dito: “Agora tu rezas pelas almas de todos os teus familiares e de todos os teus amigos que já morreram. Não queres tu andar diante de Jesus para rezar por elas? “ Ela foi diante de Jesus e cinco minutos depois retornou e eu lhe perguntei: “Que coisa pediste ao Senhor?” Ela me respondeu: “Eu pedi para libertar todas as almas do purgatório!"

Esta resposta me deu tanta ternura, porque eu fui um pouco mesquinha na minha pergunta, a pequena em vez, entendeu rápido que coisa precisava pedir. As crianças têm verdadeiramente esta sensibilidade imediata, e têm muito poder sobre o coração de Deus.

Queria dizer também que os aposentados, e todos aqueles que têm o tempo livre, andassem mais assiduamente à S. Missa, poderiam acumular sufrágios não somente para eles, mas também para os seus falecidos e por milhares e milhares de almas. O valor de uma só Missa, é incomensurável. Ah, se todos se dessem conta!...

Quantas riquezas nós perdemos, por causa da nossa ignorância, da indiferença, ou simplesmente pela nossa preguiça!

E dizer, que temos em nossas mãos o poder de salvar os nossos irmãos, tornando-se nós mesmos co-redentores, junto com Jesus nosso salvador e redentor!...





Maria Simma, que hoje tem 81 anos por um singular Dom de Deus, há cinqüenta anos é visitada pelas almas do purgatório.

Que coisas dizem essas almas?

Os testemunhos reportados por Irmã Emmanuel foram recolhidos de viva voz de Maria Simma, e nos faz refletir muito, e quem sabe poderá ajudar alguns de nós a mudar de vida, e começar a viver de uma maneira diferente, segundo o desejo de Deus...