O poder da confissão mensal

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O poder da confissão mensal

O poder da confissão mensal

 

O sacramento da reconciliação, mais conhecido como confissão, nem sempre é compreendido em sua profundidade, como também não é uma prática agradável para muitos bons cristãos. Alguns não se confessam mais, e outros fazem por obrigação ou rotina. É preciso recuperar o sentido da importância deste sacramento, tendo a visão de que através dele, Jesus deseja nos curar da doença do pecado e restaurar a nossa identidade de filhos amados de Deus. No Diário de Santa Faustina, Jesus misericordioso diz: “diz às almas onde devem procurar consolos, isto é, no tribunal da misericórdia onde continuo a realizar os meus maiores prodígios que se renovam sem cessar. Para obtê-los não é necessário empreender longas peregrinações, nem realizar exteriormente grandes cerimônias, mas basta aproximar-se com fé dos pés do meu representante e confessar-lhe a própria miséria. O milagre da misericórdia de Deus se manifestará em toda a plenitude.”(1448)

 1° Passo – A preparação para a confissão

É importante preparar-se espiritualmente para fazer da confissão o grande momento do encontro com a infinita misericórdia de Deus. A primeira oração é a da invocação do Espírito Santo, para que nos ilumine, como prometeu Jesus: “E, quando Ele (Espírito Santo) vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do juízo.”. (Jo 16,8)

Ao fazer o exame de consciência, podemos ser invadidos pela tentação de fazer uma simples lista de pecados cometidos. Isso esta errado? Não, pois precisamos ter a consciência de onde erramos o alvo na vida pessoal, familiar, relacionamentos e demais áreas da vida.

É necessário perguntar: por que fiz tal coisa? O pecado não é algo somente cometido contra nós ou contra alguém, mas ofende a Deus, presente em nós e em nossos semelhantes. E nesse momento podemos ser assaltados pela sensação de não merecer o perdão de Deus. Tal sentimento não vem de Deus, pois em Lc 15,7 lemos: “Digo-vos que assim haverá maior júbilo no céu por um só pecador que fizer penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.”

 O exame de consciência não é para que nos sintamos mal, mas momento precioso para identificar onde estamos mais fracos e necessitados da misericórdia divina. A confissão é o meio aonde vamos a Jesus para receber a graça para viver como novas criaturas, curadas pelo sangue precioso derramado na cruz do Calvário. No Diário de Santa Faustina, Jesus misericordioso diz: “Quando te aproximas da confissão, dessa fonte da Minha misericórdia, sempre desce na Tua alma o Meu Sangue e a Água que saiu do Meu coração. Cada vez que te aproximares da santa confissão, mergulha toda na minha misericórdia com grande confiança…”(1602).

No final do exame de consciência é necessário permitir que o Espírito Santo nos convença do quanto entristecemos a Deus com o pecado, dando-nos sincero arrependimento e desejo de mudar para melhor. Ao mesmo tempo, é importante não perder de vista que a misericórdia de Deus é maior do que o nosso pecado. No confessionário Ele nos espera com os braços abertos da Sua infinita ternura.

Podemos finalizar o exame de consciência na Igreja, antes da confissão, recitando o Sl 50 ou 129, tendo no coração o desejo de fazer uma confissão frutuosa.

 2° Passo ir até o sacerdote

Muitas pessoas não entendem porque confessar com a presença do padre. Argumentam se tratar de um homem pecador como todos outros homens. Realmente somos todos pecadores, necessitados do perdão de Deus. Entretanto, a confissão é o meio escolhido pelo próprio Jesus para nos dar o remédio da misericórdia. Ele quis nos dar o Seu perdão, através daqueles que Ele chama para pastorearem o rebanho de Deus.

O sacramento da reconciliação ou confissão tem a sua origem na tarde do Domingo de Páscoa. Jesus ressuscitado aparece aos apóstolos, que estavam fechados na sala do cenáculo, com medo dos judeus. Não os censura, mas lhes dirige uma saudação: “A paz esteja convosco.” (Jo 20,19). E o efeito destas palavras foi imediato: “Os discípulos alegraram-se ao ver o Senhor.”(Jo 20,20). A confissão é este encontro com Jesus ressuscitado, que nos transmite a paz interior e a alegria de contar com a Sua presença.

A chave para entender a origem e a força da confissão esta no momento em que Jesus diz aos discípulos:”«Recebei o Espírito Santo! A quantos perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados» (Jo 20, 22-23). O papa Francisco explica: “Este trecho revela a dinâmica mais profunda contida neste Sacramento. Antes de tudo, a constatação de que o perdão dos nossos pecados não é algo que podemos dar-nos a nós mesmos. Não posso dizer: perdoo os meus pecados. O perdão é pedido a outra pessoa, e na Confissão pedimos o perdão a Jesus. O perdão não é fruto dos nossos esforços, mas uma dádiva, um dom do Espírito Santo, que nos enche do poder da misericórdia e de graça que brota incessantemente do Coração aberto de Cristo Crucificado e Ressuscitado. Em segundo lugar, recorda-nos que só se nos deixarmos reconciliar no Senhor Jesus com o Pai e com os irmãos, conseguiremos verdadeiramente alcançar a paz. E todos nós sentimos isto no coração, quando nos confessamos com um peso na alma, com um pouco de tristeza; e quando recebemos o perdão de Jesus, alcançamos a paz, aquela paz da alma tão boa que somente Jesus nos pode dar, só Ele!”

No Diário de Santa Faustina, Jesus misericordioso diz: “Quando te aproximas da confissão, deves saber que Eu mesmo espero por ti no confessionário; oculto-me apenas no sacerdote, mas Eu mesmo atuo na alma.”(1602). Estas palavras nos fazem entender que o confessionário não é lugar para se deixar dominar pelo medo de alguma condenação de Deus. Pelo contrário, é onde Deus ansiosamente nos espera para nos libertar e curar. O Papa Emérito Bento XVI disse: “O que mais conta é fazer compreender que no sacramento da Reconciliação, seja qual for o pecado que se tenha cometido, se o reconhecermos humildemente e nos aproximarmos confiantes do sacerdote confessor, experimenta-se sempre a alegria pacificadora do perdão de Deus”.

Quem se confessa arrependido e com o propósito de lutar para não pecar, não ofendendo mais a Deus, a si mesmo e aos irmãos, não deve permitir que o demônio coloque dúvida no perdão recebido de Deus, através da absolvição do sacerdote. São João Paulo II diz: “Não existe nenhum pecado que não possa ser perdoado, se nos aproximamos do trono da misericórdia com coração humilde e contrito. Nenhum mal é mais forte do que a infinita misericórdia de Deus”.

E por fim, é necessário sair do confessionário com a mesma alegria da mulher pecadora, a quem Jesus não condenou, mas deu uma meta: “Vai, e não tornes a pecar.” (Jo 8,11). No passado os confessores recomendavam aos penitentes a irem imediatamente diante do sacrário para pedir a Jesus a graça para buscar a santidade de vida.

  1. Viver o perdão recebido, trabalhando com o Espírito Santo para crescer nas virtudes.

A confissão tem que ser constante (por exemplo, no mínimo uma vez por mês) para que se estabeleça um estado de vigilância sobre nossos pensamentos, palavras e atitudes. Não significa escrúpulo de ver pecado em tudo, como também não se sentir sempre culpado ou indigno de receber a misericórdia de Deus. Ter sempre presente o infinito amor de Deus, seus braços sempre abertos, sua mão sempre estendida para nos levantar, e sussurrando: “Coragem, você não esta sozinho(a).” E de nossa parte tenhamos a coragem de repetir continuamente: “Senhor, eu sou pecador, vem em socorro de minha fraqueza.”.