JOÃO PAULO II: AS ÚLTIMAS HORAS DE SUA VIDA E A REVELAÇÃO QUE CHOCOU O MUNDO
Irmãos e irmãs no Senhor, hoje falo sobre as últimas horas de vida de um grande homem de fé, João Paulo II, que deixou uma marca indelével na história da Igreja e do mundo inteiro. Este homem, escolhido por Deus para guiar sua Igreja como sucessor do apóstolo Pedro, nos mostrou um exemplo extraordinário nas horas mais difíceis de sua vida. Um exemplo que devemos ter presente e que deve nos inspirar nos momentos mais difíceis da nossa própria vida. João Paulo II, consciente de que se aproximava o tempo de sua transição para a eternidade, tomou uma decisão corajosa.
De acordo com os médicos, ele decidiu ficar em sua residência em Roma em vez de ir ao hospital. Queria sofrer e morrer na sua querida casa, perto do túmulo do apóstolo Pedro. Desta forma, mostrou sua total confiança na vontade de Deus, aceitando sem hesitação a sua vontade.. Apesar da febre alta e da extrema fraqueza, continuou a rezar junto à cama. À tarde, num determinado momento, pronunciou as palavras que ainda ressoam em nossas mentes e corações. Deixa-me ir para a casa do Pai. Eram palavras de esperança, de confiança na promessa de vida eterna que Deus nos fez através do seu Filho Jesus Cristo. Por volta das cinco da tarde, à medida que o sol se aproximava do horizonte, começaram as primeiras noites do segundo domingo de Páscoa, o domingo da Divina Misericórdia. As leituras falavam-nos do túmulo vazio, da ressurreição de Cristo. Enquanto estas palavras ressoavam no ar, o Santo Padre abraçava aqueles que estavam ao seu lado, os seus colaboradores mais próximos e os médicos que o assistiam. Nas praças e ruas de Roma, milhares de fiéis reuniram-se para rezar e invocar o nome de João Paulo II. As suas vozes elevavam-se como um coro que cantava louvores ao Papa.
Ele ouviu essas palavras, esses gritos de amor e gratidão. Em frente a cama do Santo Padre, na parede, tinha pendurado um quadro que representava o Cristo sofredor, amarrado com cordas . João Paulo fixou o seu olhar naquela imagem, como se estivesse a contemplar o mistério da paixão. Os seus olhos, que lentamente se desvaneciam, pousavam também na imagem da Virgem de Czestochowa, a rainha da Polónia, a mãe que esteve perto dele em todos os momentos da sua vida. Numa pequena mesa ao lado da sua cama, estava uma fotografia dos seus pais. Esta foto representava suas raízes, sua história, a fonte da qual havia obtido força e inspiração. João Paulo II sempre levou em seu coração o amor por sua família e os valores transmitidos por seus pais. Era consciente de que sua missão de guiar a Igreja não teria sido possível sem seu apoio e seu guia ao longo do caminho da fé.
Em torno das oito da noite, enquanto a luz do dia se transformava em um manto de estrelas, o Monsenhor Stanislav Dzivis presidiu a celebração da Santa Missa, em honra ao domingo da Divina Misericórdia, junto à cama do Papa Moribundo. Ao seu lado estavam o Cardeal Marian Jaworski, Monsenhor Stanislaw Rilko, Monsenhor Mieczyslaw Mokszitzki e o Padre Tadeusz Stichen. Esta Santa Missa foi um momento de graça, uma oportunidade para renovar a confiança no dom da Misericórdia de Deus. As palavras do Evangelho segundo João ressoaram de forma comovente. Jesus veio, pôs-se no meio deles e disse: "Paz para vós". Estas palavras confortaram o coração de João Paulo II e de todos os que estavam presentes. Era como se o próprio Senhor se aproximasse dele, naquele momento de extrema fraqueza, para lhe assegurar a sua paz divina. Antes do oferecimento, o Cardeal Marian Jaworski administrou novamente ao Santo Padre a unção dos enfermos, um sacramento de cura espiritual e de conforto nas últimas horas da vida.
Durante a Comunhão, Monsenhor Givish ofereceu-lhe o Sangue Sagrado como viático, um alimento para a alma a caminho da eternidade. João Paulo II recebeu estes dons com profunda gratidão, consciente de que a sua vida terrena se aproximava da plenitude. Com o passar do tempo, as suas forças começaram a abandoná-lo. Na sua mão, colocaram uma vela benta acesa, símbolo de luz e de esperança. Às 9:37 da noite, num momento de silêncio e de oração fervorosa, João Paulo II deixou esta terra para se juntar a Deus na glória eterna. Todos os presentes cantaram o Te Deum, um cântico de agradecimento a Deus pelo dom extraordinário da vida do Santo Padre e pelo seu grande pontificado.
Com os olhos cheios de lágrimas, todos se uniram em uma única voz para agradecer a Deus. João Paulo II nos deixou um valioso ensinamento sobre a fé, a esperança e o amor. O seu testemunho de coragem perante a morte recorda-nos que, mesmo nas provas mais difíceis, devemos manter firme a nossa confiança em Deus. A sua vida foi um farol de luz na escuridão, um exemplo de como enfrentar o sofrimento e a morte com serenidade e confiança no plano divino. João Paulo II nos ensinou a todos que a morte não é o final, mas mais uma transição para uma vida eterna em comunhão com Deus.
Viveu sua doença e sua morte como uma oferenda, uma oferenda de si mesmo a Deus e uma união com todos os que sofrem no mundo. Mostrou ao mundo inteiro que, até mesmo no sofrimento e na debilidade, podemos encontrar um profundo significado e uma proximidade especial a Cristo crucificado. Sua decisão de permanecer em sua residência e morrer perto da tumba do apóstolo Pedro foi um sinal tangível de seu amor pela Igreja e sua total dedicação ao serviço de Deus. João Paulo II deixou um legado de amor, compaixão e humildade que continua inspirando milhões de pessoas em todo o mundo. Sua profunda espiritualidade e sua relação íntima com Deus iluminaram cada momento de sua vida e deram esperança e conselho a quem o conheceu e seguiu seu pontificado. Sua fé inquebrantável e sua extraordinária capacidade de perdoar tocaram os corações de muitas pessoas, animando-as a procurar a reconciliação e a paz.
Agora, enquanto recordamos João Paulo II, devemos pegar nos seus ensinamentos e levá-los para a frente nas nossas vidas.
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