Corpo de Irmã Dulce está “intacto”, segundo jornal

Corpo de Irmã Dulce está “intacto”, segundo jornal

Corpo de Irmã Dulce está “intacto”, segundo jornal


Reportagem revelou que o corpo da Bem-Aventurada Dulce dos Pobres está em altíssimo grau de conservação; última exumação aconteceu em julho

Uma reportagem do jornal Correio revela que o corpo da Bem-Aventura Dulce dos Pobres, a Irmã Dulce está “intacto”.

De acordo com a publicação, a terceira e última exumação do corpo, uma exigência do processo de beatificação e canonização, aconteceu em julho de 2019, pouco mais de 27 anos após a morte de Irmã Dulce. Segundo o jornal, o corpo resistiu ao tempo e está altamente conservado.

A primeira exumação aconteceu em 2000. Na época, um legista e o postulador do Vaticano já tinham revelado que o corpo estava incorrupto.

Para a Igreja, a incorrupção é um sinal de virtude e graça. A integridade do corpo é diretamente relacionada à integridade da alma.

Porém, vale ressaltar que o reitor do Santuário Irmã Dulce, Frei Giovanni Messias, não comenta a última exumação, que ainda é mantida em sigilo.

Relíquias: As relíquias do “Anjo Bom da Bahia”, como a Bem-Aventurada Dulce dos Pobres é conhecida, estão no Santuário Irmã Dulce, em Salvador, BA.

O espaço, chamado de Capela das Relíquias, é uma sala circular, com pé direito triplo. O túmulo que guarda os restos mortais da Irmã Dulce fica ao centro.

A capela foi aberta no dia 09 de junho de 2010, quando o corpo da então Venerável Dulce foi trasladado da Capela Santo Antônio (localizada no Memorial Irmã Dulce) para sua nova morada. A transferência foi feita após a segunda exumação do corpo da religiosa.

Exposição do corpo:  Ainda de acordo com o jornal Correio, o corpo de Irmã Dulce, que será canonizada em outubro, ficará exposto permanentemente ao público na Capela das Relíquias, provavelmente a partir de setembro. Ele será envolto a uma urna de vidro.

Entretanto, o corpo ainda passará por algumas correções artificiais no rosto antes da exposição.

Canonização: O processo de canonização da Irmã Dulce, a primeira santa nascida no Brasil, foi um dos mais rápidos da história recente da Igreja.

A causa foi iniciada em janeiro de 2000. A validação jurídica do virtual milagre presente no processo foi emitida pela Santa Sé em junho de 2003. Já em abril de 2009, o Papa Bento XVI reconheceu as virtudes heróicas da Serva de Deus Dulce Lopes Pontes, autorizando oficialmente a concessão do título de Venerável à freira baiana.

No dia 9 de junho de 2010 é realizada a exumação e transferência das relíquias (termo utilizado para designar o corpo ou parte do corpo dos beatos ou santos) da Venerável Dulce para sua capela definitiva, localizada na Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, situada ao lado da sede da OSID. A Capela das Relíquias foi construída na própria Igreja da Imaculada Conceição, erguida no local do antigo Cine Roma e do Círculo Operário da Bahia, construídos pela freira na década de 40.

Em outubro de 2010, a Congregação para a Causa dos Santos, reconheceu a autenticidade de um milagre atribuído à Irmã Dulce, cumprindo, dessa forma, a penúltima etapa do processo de Canonização: estágio que levaria à beatificação da religiosa no ano seguinte. O anúncio foi feito no dia 27 de outubro de 2010 pelo então Arcebispo Primaz do Brasil, cardeal D. Geraldo Majella Agnelo.

Já no dia 10 de dezembro de 2010, o Papa Bento XVI autoriza então a promulgação do decreto do milagre que transformava a Venerável Dulce em Beata, ou Bem-Aventurada. Com o reconhecimento final do Papa, abriu-se caminho então para a realização da Cerimônia de Beatificação de Irmã Dulce, evento ocorrido no dia 22 de maio de 2011, em Salvador. Na ocasião, a freira baiana passou a ser reconhecida com o título de “Bem-Aventurada Dulce dos Pobres”, tendo o dia 13 de agosto como data oficial de celebração de sua festa litúrgica.

Em julho de 2019, o Papa Francisco agendou a canonização de Irmã Dulce para o dia 13 de outubro.

Vida e obra: Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes nasceu em Salvador no dia 26 de maio de 1914 e, desde a infância, começou a ajudar pessoas carentes na porta da própria casa, que chegou a ser apelidada de “Portaria de São Francisco”.

Em fevereiro de 1933, entrou na congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em São Cristóvão, no Estado de Sergipe, adotando o nome de Irmã Dulce em homenagem à sua mãe, falecida quando ela tinha apenas 7 anos.

Retornando a Salvador em 1935, iniciou seu trabalho de ação social e caridade cristã em favor de comunidades pobres como a de Alagados, um conjunto de palafitas no bairro de Itapagipe. Em 1939, encheu um velho galinheiro situado ao lado do convento com os primeiros 70 doentes aos quais passaria a se dedicar em paralelo à assistência aos pobres. Foi o nascimento das Obras Sociais Irmã Dulce, uma instituição que hoje realiza 4 milhões de atendimentos ambulatoriais por ano.

Popularmente conhecida como “o Anjo Bom da Bahia“, Irmã Dulce foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz em 1988 pelo então presidente José Sarney, com o apoio da Rainha Sílvia, da Suécia.