
PADRE GABRIELE AMORTH
Famoso Exorcista da diocese de Roma.
O Revmo. Pe. Gabrielle Amorth, nasceu em Modena em 1925,
formado em direito, é jurista e sacerdote da Pia Sociedade de São Paulo,
nomeado Presidente da Associação Internacional dos Exorcistas;
muito apreciado na Itália por seus livros sobre Nossa Senhora e sua atividade
jornalística tornou-se mundialmente conhecido com o lançamento de sua obra
Um exorcista conta-nos, em 1990 com ampla experiência em exorcismos; relata
inúmeros casos concretos.
Teve como Pai espiritual o Santo Padre Pio, com a qual se
encontrou por vinte e seis anos (1942-1968), assim sendo uma
testemunha ocular da vida do Santo.
Dede 1986 é o Exorcista oficial do Vaticano – Cátedra de São Pedro –
Roma.
Confissões do Inferno
Parte I.
Lamentavelmente temos que admitir que a grande maioria dos cristãos, há
pelo menos três décadas, vem se tornando apóstatas da verdadeira fé e Religião
que receberam de seus antepassados. Alguns por desinformação (falta da autêntica
catequese) e outros por fraqueza e impiedade (julgaram e condenaram) terminaram
se afastando da Igreja fundada por CRISTO (a única) e entregue a S.
Pedro para conduzi-La (Mt. 16,18).
Além disso, também esta mesma Igreja (Católica Apostólica Romana), em
nome de uma “abertura ao mundo” (inculturação) e de Sua conseqüente
“modernização”, para adaptar-se aos “modismos correntes”, terminou, em sua
grande parte, apostatando. E como isto se torna evidente? De muitas formas,
dentre elas, a seguinte: A clara desobediência ao santo Evangelho, a autêntica
Palavra viva de DEUS!
Exemplificando: Nos dias de hoje, a grande maioria dos eclesiásticos não
acredita mais na existência do demônio! Os senhores bispos, de maneira quase
geral, não nomeiam mais sacerdotes exorcistas em suas dioceses; o que é um
dever de fé deles. E por que não fazem mais isso? A conclusão é lógica e
cristalina: Porque não acreditam mais que exista, aqueles que deveriam ser
expulsos, ou seja, os invasores (demônios).
Vejamos sobre esse assunto o que nos diz o Padre Gabrielle Amorth,
exorcista da Diocese de Roma, a diocese do Papa:
– É dever dos bispos nomear exorcistas?
Pe. Amorth: Sim. Quando um sacerdote é eleito bispo, encontra-se ante
um artigo do Código de Direito Canônico que lhe dá autoridade absoluta para
nomear exorcistas. A um bispo o mínimo que se pode pedir é que tenha assistido
pelo menos a um exorcismo, dado que deve tomar uma decisão tão importante.
Infelizmente, não acontece quase nunca. Mas se um bispo se encontra
ante uma solicitação séria de exorcismo – ou seja, feita não por um maluco – e
não toma providências, comete pecado mortal. E é responsável por todos os
terríveis sofrimentos daquela pessoa, que as vezes duram anos ou uma vida, e
que teria podido impedir.
– Está dizendo que a maior parte dos bispos da Igreja Católica está
em pecado mortal?
Pe. Amorth: Quando eu era pequeno, o meu velho pároco ensinava-me
que os Sacramentos são “oito”: o “oitavo” é a ignorância. E o “oitavo”
Sacramento salva mais que os outros sete juntos. Para cometer pecado mortal é
preciso uma matéria grave, mas também o pleno conhecimento e o deliberado
consentimento.
Essa omissão de ajuda por parte de muitos bispos é matéria grave. Mas
esses bispos são ignorantes: não há portanto deliberado consentimento e pleno
conhecimento.
– Mas a fé permanece intacta, isto é, permanece uma fé católica, se
alguém não crê na existência de satanás?
Pe. Amorth: Não. Conto-lhe um episódio: Quando encontrei pela primeira
vez o Pe. Pellegrino Ernetti, um célebre exorcista que exerceu o ministério por
quarenta anos em Veneza, disse-lhe:
– Se eu pudesse falar com o Papa, eu lhe diria que encontro demasiados
bispos que não crêem no demônio.
Na tarde seguinte o Pe. Ernetti veio até mim, para me dizer que de manhã
tinha sido recebido por João Paulo II.
– Santidade, dissera-lhe, há um exorcista cá em Roma, Pe. Amorth, que se
o visse Lhe diria que conhece demasiados bispos que não crêem no demônio.
O Papa respondeu-lhe: – Quem não crê no demônio, não crê no
Evangelho!
Eis a resposta que Ele deu, e que eu repito.
– Ou seja: a conseqüência é que muitos bispos e muitos padres não
seriam católicos?
Pe. Amorth: Digamos que não crêem numa verdade evangélica.
Portanto, sendo o caso, eu os acusaria de propagar uma heresia. Mas fique
claro que alguém é formalmente herege se é acusado de alguma coisa, e
permanece no erro.
Hoje, ninguém, pela situação que há na Igreja, acusa um bispo por não
crer no diabo, nas possessões demoníacas e por não nomear exorcistas, porque
não crê.
Contudo, eu poderia dizer-lhe muitíssimos nomes de bispos e cardeais que
logo que foram nomeados para uma diocese, tiraram à todos os exorcistas tal
faculdade (de exorcizar); ou bispos que sustentam abertamente: “Eu não creio
“nisso”, são coisas do passado” Por quê? Infelizmente porque houve a influência
perniciosíssima de certos biblistas; e poderia citar-lhe muitos nomes ilustres
(“doutores”… “teólogos modernistas”…). Nós que tocamos todos os dias o
mundo sobrenatural, sabemos quem meteu a colher em tantas reformas
litúrgicas… concluiu o Pe. Amorth.
Portanto, a grande maioria dos bispos agindo assim, passam essa absurda
incredulidade, não só aos sacerdotes, mas a todo o seu rebanho; os fiéis.
Também por esse esfriamento na fé, não alertam mais os católicos para a
maléfica ação dos inimigos da nossa salvação, e conseqüentemente para a
gravidade do pecado, por eles inspirado. Com isso a proteção contra eles é
abandonada, e as poderosas orações como as de São Miguel Arcanjo, São
Bento e tantas outras, são esquecidas; assim como também a necessária
freqüência ao Sacramento da Reconciliação (confissão).
Todas essas importantes armas, nesse combate incessante, contra esses
terríveis e pérfidos inimigos de nossa passagem por este vale de lágrimas, rumo
aos Céus.
Então, por via de conseqüência, absurdamente, terminam, com esse
descaso, ajudando aos demônios, porque os mantém no estado que mais
buscam, ou seja, o anonimato e o escondimento. E assim poderem agir, livres e
impiedosamente, sem serem molestados.
Se numa guerra, não se tem consciência do inimigo e de seu poder de
fogo, todos se tornam presas fáceis.
Porém, o mais grave é que com esses atos e omissões, desmentem e até
traem o próprio SENHOR que os salvou e os constituiu em dignidade, pois
ignoram as santas Palavras do Evangelho, quando elas afirmam claramente:
“Em seguida, JESUS foi conduzido pelo ESPÍRITO ao deserto para
ser tentado pelo demônio.
Jejuou quarenta dias e quarenta noites. Depois, teve fome. O
tentador aproximou-se DELE e LHE disse: “Se és FILHO de DEUS, ordena
que estas pedras se tornem pães.” JESUS respondeu: “Está escrito: Não
só de pão vive o homem, mas de toda Palavra que procede da Boca de Deus”
(Deut. 8,3).
O demônio transportou-O à Cidade Santa, colocou-O no ponto
mais alto do Templo e disse-LHE: “Se és FILHO de DEUS, lança-TE
abaixo, pois está escrito: ELE deu a Seus Anjos ordens a Teu respeito;
proteger-Te-ão com as mãos, com cuidado, para não machucares o Teu Pé em
alguma pedra.” (Sal. 90,11s). Disse-lhe JESUS: “Também está escrito: Não
tentarás o SENHOR teu DEUS” (Deut. 6,16).
O demônio transportou-O uma vez mais, a um monte muito alto,
e LHE mostrou todos os reinos do mundo e a sua glória, e disse-LHE:
“Dar-Te-ei tudo isto se, prostrando-TE diante de mim, me adorares.”
Respondeu-lhe JESUS: “Para trás, satanás, pois está escrito: Adorarás o
SENHOR teu DEUS, e só a ELE servirás” (Deut. 6,13).
Em seguida, o demônio o deixou, e os Anjos aproximaram-se
DELE para servi-LO” (Mt. 4, 1-11)
“Pela tarde, apresentara-LHE muitos possessos de demônios. Com
uma Palavra expulsou ELE os espíritos e curou todos os enfermos” (Mt.
8,16).
“No outro lado do lago, na terra dos gadarenos, dois possessos de
demônios saíram de um cemitério vieram-LHE ao encontro. Eram tão
furiosos que pessoa alguma ousava passar por ali. Eis que se puseram a
gritar: “Que tens a ver conosco, FILHO de DEUS? Vieste aqui para nos
atormentar antes do tempo?” Havia, não longe dali, uma grande manada
de porcos que pastava. Os demônios imploraram a JESUS: “Se nos
expulsas, envia-nos para aquela manada de porcos.” – “Ide”, disse-lhes.
Eles saíram e entraram nos porcos. Neste instante toda a manada se
precipitou pelo declive escarpado para o lago, e morreu nas águas. (Mt.
8,28-32)
“Logo que se foram, apresentaram-LHE um mudo, possuído do
demônio. O demônio foi expulso, o mudo falou e a multidão exclamava
com admiração: “Jamais se viu algo semelhante em Israel”. (Mt. 9, 3233).