A Escravidão de Amor segundo o Método de Santa Teresinha
A humildade de coração forma a base da infância espiritual promulgada por Santa Teresinha.
Pode-se de fato distinguir: humildade de espírito, humildade de vontade e humildade de coração.
A santinha escolheu a humildade de coração, para patentear que sua humildade não é simplesmente o estado da alma, que vê que nada é e nada pode, mas ainda o estado de amor a esta nulidade.
Averiguar que nada somos é o primeiro passo; amar esta condição é o segundo. Aceitar uma humilhação com calma é a humildade de espírito. Procurar aquilo que humilha é a humildade de vontade. Amar a humilhação e nela comprazer-se, – eis a humildade de coração.
“Ser pequeno” – diz a amável santinha – é não atribuir a si mesmo as virtudes praticadas, nem reputar-se capaz de qualquer coisa; é, sim, reconhecer que é o bom Deus, que põe nas mãos de seus filhinhos o tesouro da virtude, de que Ele se serve quando precisa, porquanto a virtude permanece sempre tesouro de Deus.
O que agrada a Jesus em minha pequenina alma é ver que amo a minha pequenez e minha pobreza, é a cega esperança que tenho em sua misericórdia”.Estas palavras resumem toda a espiritualidade de Teresinha. Não somente ela se julga pequena, fraca e inconstante, mas ama esta pequenez, compraz-se nela e nela acha a sua riqueza. Continua Santa Teresinha:“Para sermos humildes, é preciso que consintamos alegremente em tudo o que os outros nos mandam.
Quando alguém vos pedir um serviço, considerai-vos um pequeno escravo, a quem todos possam dar ordens”.
É o caminho do santo abandono nas mãos de Deus. Consiste em considerar Deus como pai carinhoso e aceitar com amor tudo o que Ele nos manda. A santinha de Lisieux deu a esta prática o nome de infância espiritual.
Pe. Júlio Maria de Lombaerde, S.D.N.