Uma silenciosa epidemia está assustando cientistas do mundo todo. Estima-se que só no Brasil 10 milhões de indivíduos sofrem com a doença já considerada o “Mal do Século XXI”.

Estamos falando da depressão, uma moléstia que, segundo a Organização Mundial da Saúde, é avaliada como uma das doenças mais caras para a sociedade, pois o consumo de antidepressivos no País movimenta cerca de 140 milhões de dólares por ano, além dos prejuízos decorrentes da perda de produtividade e dos afastamentos no trabalho, sem contar os custos do sofrimento humano que não podem ser mensurados.

Entretanto, em certos indivíduos ocorrem algumas alterações químicas no cérebro – substâncias responsáveis pela alegria e equilíbrio do humor –, pois a serotonina, a noradrenalina e a dopamina estão em desequilíbrio e isso desencadeia a depressão: um estado de humor acabrunhado e de tristeza, que não estão diretamente relacionados a experiências tristes.

Conhecer esses sintomas é importante para que o indivíduo possa sair do grupo dos 75% desconhecedores da doença e consiga buscar tratamento que consiste em psicoterapia e, nos casos graves, no uso de medicamentos conhecidos como antidepressivos.

É importante ressaltar, por fim, que diversos estudos e pesquisas científicas estão evidenciando a importância da religiosidade na prevenção da depressão. Um interessante trabalho publicado no Journal of Adolescent Health, em 2005, demonstrou o seguinte: indivíduos que relatam ter uma religião e frequentam serviços religiosos (como a Santa Missa) apresentam menos depressão e menos comportamentos de risco à saúde (como consumo de substâncias ilícitas). Tais estudos sugerem que a religiosidade promove a resiliência (capacidade de lidar com situações adversas) e hábitos de vida mais seguros, o que interfere positivamente na saúde mental da pessoa.

Mais: um estudo publicado no periódico Jama Psychiatry, em 2013, realizado na Universidade de Columbia (EUA), com 103 pessoas com idades entre 18 e 54 anos, demonstrou que os indivíduos com chances de desenvolver depressão têm a espessura do córtex cerebral mais fina, ao passo que as religiosas, por isso com menor risco de depressão, têm uma espessura mais grossa.

Trabalhos anteriores a esse já haviam demonstrado que entre pessoas com predisposição genética à depressão aquelas que são religiosas podem ter um risco até 90% menor de desenvolver o transtorno do que as que não são religiosas.